Anotícia de que a agência lotérica instalada no centro da cidade seria fechada e reabriria no Balneário Perequê, anexo a um supermercado, pegou muito usuário do posto de atendimento de surpresa. Diariamente, moradores do bairro e localidades no entorno formam filas na agência para pagar contas, receber dinheiro e fazer suas apostas. Desde o dia 17, no entanto, boa parte deles precisa se deslocar 3 quilômetros para cumprir a mesma rotina. Com isso, não demorou para que o WhatsApp dos vereadores recebesse as primeiras reclamações. Em consequência, o assunto não pôde deixar de protagonizar a sessão da Câmara da última segunda-feira (16). Ainda mais porque o presidente da Casa, vereador Joel Lucinda (MDB), apoiado pelos colegas de plenário, apresentou requerimento pedindo às instâncias local, estadual e federal da Caixa Econômica Federal (CEF), responsável pela concessão, uma solução para o problema. Na próxima quarta (25), em companhia dos também emedebistas Diogo Santos e Jonas Raulino, além do prefeito Emerson Stein, Joel irá a Brasília, onde, entre outros assuntos, tentará encaminhar a questão.
Joel aproveitou fala sobre o assunto de Diogo na tribuna para dissipar dúvidas: “Vou deixar bem claro que não sou contra ter uma lotérica em outro bairro que não seja o Centro. Pelo crescimento que nós temos na cidade hoje cabe uma lotérica no Perequê ou em qualquer lugar na região do Vila Nova e outra no Centro”, avisou.
“O povo do Centro, justamente, está nos cobrando. O povo do Perequê e do Vila Nova está batendo palmas. Ambos estão corretos”, reforçou Diogo. “A situação é que a legislação é federal, quando ela deveria ser regional”, acrescentou, referindo-se ao regime de concessão, regulamentado por lei federal e que estabelece, por exemplo, um número mínimo de 20 mil habitantes como condição para a abertura de uma nova agência lotérica — que é o que defendem os vereadores.
Para Diogo, mesmo que o município ainda não possua 40 mil habitantes, a dinâmica dos bairros faz com que seja necessário mais de uma agência. Silvana Stadler (PL), porém, tocou em um ponto importante: o caráter privado da concessão, que faz com que o Legislativo, e mesmo o Executivo, tenham pouca margem de manobra: “Não temos domínio sobre isso”.
De fato, como salientou Diogo, a casa lotérica é uma empresa como qualquer outra, sujeita às dinâmicas do mercado e orientada pela busca da viabilidade econômica. Mas o vereador, assim como os demais representantes do parlamento, insiste na necessidade de termos duas unidades; uma no Centro, outra no Perequê. É esse ponto de vista que o requerimento aprovado pelo plenário defende, e será levado à mesa na reunião da próxima semana na CEF, em Brasília. Diogo reconhece que, por ser uma questão em nível federal, é de difícil resolução. Mas tem um precedente à mão: “Em Itapema tanto brigaram que conseguiram”. A cidade vizinha possui três casas lotéricas.
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