A CIB (Comissão Intergestores Bipartite) realiza reunião nesta terça-feira (24) para deliberar sobre a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos em Santa Catarina. Em específico o grupo dos portadores de deficiências, comorbidades, gestantes e puérperas, que deverão ser os primeiros a serem vacinados. A imunização dos jovens é fundamental para diminuir as altas taxas de transmissão, avaliam especialistas.
A comissão reúne gestores municipais e estaduais de Saúde e irá avaliar uma proposta sobre o tema encaminhada pela SES (Secretaria Estadual de Saúde) ao Cosems (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Santa Catarina).
Com alguns municípios encerrando a imunização da população adulta, o pontapé para o início da aplicação da primeira dose em adolescentes depende da CIB. Amazonas e Rio de Janeiro são alguns dos estados brasileiros que já começaram a vacinar o grupo.
Desde o início da pandemia pelo menos 25 adolescentes com idades entre 12 e 17 anos morreram em decorrência da Covid-19 em Santa Catarina. Destes, 14 (56%) sofriam de alguma comorbidade, segundo dados do governo de Santa Catarina.
Alta transmissão
Começar a vacinação dos jovens, ou reservar os imunizantes para uma eventual terceira dose, dividiu os especialistas nestas últimas semanas. Apesar da letalidade do grupo ser menor, não vacinar jovens favorece a propagação do vírus.
“O pessoal mais novo deve ser vacinado de uma vez, eles circulam bastante. Quando melhorarmos essa parte, conseguiremos diminuir melhor a transmissão. É aquela história: muitos levam o vírus para o avô ou ao pai”, explica Marco Antônio Iazzetti, pediatra e infectologista da Unisa (Universidade de Santo Amaro).
O adiamento da vacinação ocorreu principalmente devido a necessidade de estudos específicos sobre os efeitos da vacina nos jovens, uma vez que o grupo está em fase de crescimento. “Agora está esclarecido. Se o seu filho se encontra na lista, vá vacinar”, orienta Iazzetti.
Vacinação excepcional com a xepa
Por enquanto a vacinação é restrita ao uso da ‘xepa’ com o objetivo de evitar o desperdício dos imunizantes da Pfizer/Comirnaty. Este é o único imunizante liberado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para adolescentes.
“A xepa é a “sobra” da vacina. Por exemplo, o centro de saúde tem um número de vacinas esperando o mesmo número de pessoas. Mas muitos acabam não comparecendo. Não dá para ficar segurando a vacina, até mesmo porque ela tem validade”, explica Iazzetti. O prazo de validade do imunizante é de 6h após a abertura.
Como a prioridade de vacinação ainda é dos adultos, a imunização com com a xepa só pode ser realizada caso o grupo já tenha sido completamente vacinado.
A restrição para começar as campanhas atinge mesmo os municípios que concluíram a vacinação dos moradores de 18 a 24 anos. Estas prefeituras devem remanejar as doses às cidades que ainda não terminaram. Há 66 municípios catarinenses que ainda vacinam moradores com 24 anos ou mais, segundo a nota divulgada pela Dive/SC neste domingo (23).
Fonte: ND+
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