A terceira onda do novo coronavírus (Covid-19) se apresenta de forma mais lenta do que era imaginado em Santa Catarina. A afirmação foi feita pelo secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, à reportagem do ND+ em entrevista na tarde desta quarta-feira (23).
O impacto dessa terceira onda é explicado pelo fato de o Estado ter 20% a mais de casos ativos da doença do que há 40 dias atrás. No entanto, segundo o chefe da pasta, a velocidade de contaminação é reduzida.
“Sempre existe uma diferença entre casos ativos e número de pacientes internados com a doença. Então esperamos ainda alguns dias para ver se o número de casos ativos vai se traduzir em gravidade de doença. A onda já começou, a gente percebe que as pessoas continuam sendo impactadas, algumas cidades aumentando bastante a positividade de doentes”, afirma o secretário.
Segundo o boletim divulgado pela SES (Secretaria de Estado da Saúde) nesta terça-feira (22), Santa Catarina tem 20.969 casos ativos da doença, 1.343 a mais que no dia anterior, com uma ocupação de 95,4% de leitos de UTI adulto (Unidade de terapia intensiva).
“Vamos aguardar e esperar o tamanho do impacto. Tomara que ela [onda] permaneça neste ritmo lento para dar tempo de tomar as determinadas ações, como aumentar a cobertura vacinal, fazer monitoramento de áreas de risco com populações em quarentena que é o que se faz. Estamos acompanhando todos os dias esse cenário”, explica.
Para o secretário, entre os fatores que contribuem para a lentidão dessa nova onda está a melhora nos serviços de saúde, melhora nos protocolos, diagnósticos precoces, tratamento imediatos, mais testagens, vacinação, restrições e a orientação para que se cumpram as medidas sanitárias.
“É um conjunto de ações que talvez agora comece a mostrar resultados, apesar de ainda não termos segurança de que esse cenário vai permanecer dessa forma”, pontua.
Possível última onda
Questionado se essa possivelmente será a última onda enfrentada por Santa Catarina, o médico diz acreditar que este seja o “último impacto mais forte” e que entre os meses de setembro e outubro seja possível “retomar o mínimo de normalidade” do cotidiano das pessoas.
“Nós esperamos que a vacinação seja efetiva, como tem sido. Se isso se confirmar, provavelmente já entraremos no período de endemia, não de pandemia. É uma doença que permanece entre nós, quem dera seja menos grave no futuro, teremos que aprender a conviver com essa doença que veio para ficar”, explica.
Vacinação em SC
O gestor da área mais demandada desde o início da pandemia acredita que, atualmente, a velocidade de vacinação no Estado seja “bastante interessante”. Segundo o Vacinômetro do governo de Santa Catarina, em atualização às 18h18 desta quarta (23), 782.386 pessoas, ou 10,79% da população catarinense já recebeu as duas doses da vacina contra a Covid-19.
A previsão do governo do Estado é que até dezembro todos os catarinenses estejam imunizados. Até outubro, todos acima de 18 anos deverão ter recebido ao menos uma dose.
O titular da pasta ainda adianta que a previsão do governo é que até o final de julho, até 30% da população de Santa Catarina já tenha recebido as duas doses. “Com o que já temos guardado de D2 [dose 2] para o mês de julho, até o final do mês deveremos ter algo como 27, 28 até 30% da população imunizada com as duas doses”, afirma.
Questionado se o Estado tem o desejo de ir atrás de novas vacinas, além da Pfizer, Coronavac e AstraZeneca, o titular da pasta afirma que o Estado já manifestou essa possibilidade, se o “PNI (Plano Nacional de Imunização) do governo federal determinar a medida”.
“Já fizemos várias manifestações de intenção de compra se for possível e necessário. Hoje o Ministério da Saúde já tem contratos suficientes para toda a população brasileira”, reforça.
Número “mágico”
O gestor ainda confirmou que o número divulgado por especialistas recentemente de 70% das pessoas totalmente imunizadas, ou seja, que receberam as duas doses da vacina, seja o ideal para se ter uma vida menos restritiva.
“Eu imagino que para novembro, lá para o Natal, a gente consiga ter uma data mais calorosa, com as pessoas podendo se abraçar, se reunir de uma forma mais tranquila. Mas claro que isso tudo depende do que irá acontecer, da efetividade da vacina a médio e longo prazo, porque a curto prazo sabemos que ela é boa”, explica.
A “normalidade”, tão esperada pelos catarinenses, também depende que o Estado não esteja mais “pintado de vermelho”. O secretário se refere a matriz de risco divulgada semanalmente pelo governo de Santa Catarina. A mais recente, divulgada no sábado (19) aponta que apenas a região Nordeste não está no nível gravíssimo da pandemia.
O gestor ainda confirmou que o número divulgado por especialistas recentemente de 70% das pessoas totalmente imunizadas, ou seja, que receberam as duas doses da vacina, seja o ideal para se ter uma vida menos restritiva.
“Eu imagino que para novembro, lá para o Natal, a gente consiga ter uma data mais calorosa, com as pessoas podendo se abraçar, se reunir de uma forma mais tranquila. Mas claro que isso tudo depende do que irá acontecer, da efetividade da vacina a médio e longo prazo, porque a curto prazo sabemos que ela é boa”, explica.
A “normalidade”, tão esperada pelos catarinenses, também depende que o Estado não esteja mais “pintado de vermelho”. O secretário se refere a matriz de risco divulgada semanalmente pelo governo de Santa Catarina. A mais recente, divulgada no sábado (19) aponta que apenas a região Nordeste não está no nível gravíssimo da pandemia.
“Eu tenho essa perspectiva que a partir de setembro, outubro, comecemos a ter outras atividades que hoje não conseguimos ter, como público em eventos que possam realizados. Uma vez a gente percebendo o cenário em queda com o Estado não mais pintado de vermelho, mas de laranja e amarelo, e uma cobertura vacinal adequada, a gente consegue fazer calendário de eventos, consegue liberar público nos estádios, precisamos de um cenário mais favorável, o que não é o caso nesse momento”, finaliza.
Fonte: ND+
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