Após 16 meses seguidos de alta, o preço da carne registrou queda de 0,31% em outubro, como mostrou o IPCA-15, prévia da inflação, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na véspera.
A última vez que o preço das carnes registrou redução foi em maio de 2020. Apesar dessa trégua, o alimento acumula alta de mais de 22% nos últimos 12 meses e inflação superior a 10% entre janeiro e outubro.
Especialistas ouvidos pela CNN afirmam que a leve redução pode ser atribuída à paralisação da exportação da carne brasileira para a China, que completou dois meses.
Segundo a analista de economia da CNN Priscila Yazbek, três fatores principais ainda pressionam no preço da carne para os brasileiros. Um deles, é a valorização do dólar frente ao real. Com isso, o preço dos produtos brasileiros ficam mais atrativos lá fora — ou seja, a exportação de carne aumentou, reduzindo a oferta no mercado nacional.
Outro ponto é o crescimento da demanda internacional, que aumentou com a reabertura de economias e avanço da vacinação, puxado pelo aumento de consumo de bovinos nos Estados Unidos. Além disso, há uma redução de oferta da Austrália por problemas de produção.
O terceiro fator é o veto da China à importação da carne brasileira. Especialistas explicam que os produtores adiaram o abate dos gados para conseguir segurar os preços enquanto essa suspensão vigora.
Com isso, o preço da arroba do boi chegou a cair 9,5%, mas, como ocorreu menos abates, a oferta não aumentou no mercado interno — impactando no preço ainda alto da carne, apesar da redução registrada em outubro.
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