A criação da terceira faixa na BR-101 entre Balneário Piçarras e Porto Belo não deve ser uma realidade em 2023, como era a expectativa da Associação dos Municípios da Foz do Itajaí (Amfri). A entidade queria o acostamento liberado para o fluxo de veículos já no início da temporada de verão, mas o teste feito no último fim de semana foi considerado “inconclusivo”.
O teste ocorreu entre sexta-feira (15) e domingo (17), das 14h às 22h, em dois trechos no sentido Norte, entre Itajaí e Itapema. Porém, não se registrou trânsito tão intenso ao ponto de ser necessário o uso do acostamento como era imaginado. Uma imagem feita pela jornalista Ana Cristina Machado, da NSC TV Blumenau, mostra que havia pouco movimento na primeira tarde de teste.
A proposta de tornar o acostamento em terceira faixa continua em debate e será alvo de mais uma rodada de conversa entre Amfri, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em 8 de janeiro. A sugestão dos municípios do Litoral é que, após esse encontro, seja feito um segundo teste, desta vez de 15 dias e nos dois sentidos da BR-101.
A questão é que para esse novo teste ocorrer a PRF quer que a Arteris emita um parecer técnico dizendo que é seguro o uso do acostamento. O documento seria necessário para que a portaria que a polícia rodoviária faz dizendo que está isento de ser notificado quem usar o acostamento tenha uma base técnica. A concessionária não se manifestou sobre a questão.
Qual a proposta?
A proposta inicial da Amfri era que o acostamento virasse terceira faixa entre Balneário Piçarras e Porto Belo, nos dois sentidos, do fim de dezembro ao fim de março. Seria um incremento de 60 quilômetros com terceira faixa tanto no sentido Sul quanto Norte. É necessário, porém, um investimento milionário fazer a sinalização e aplicação de uma nova camada asfáltica.
Além disso, é preciso criar bolsões a cada dois quilômetros para que os veículos possam parar em segurança, quando o carro quebrar, por exemplo. Também teria de se considerar o espaço para pedestres e ciclistas trafegarem em segurança, conta o presidente da Amfri, Paulo Henrique Dalago Müller, que não esconde a insatisfação com a Arteris.
De acordo com ele, liberar o acostamento como terceira faixa foi a alternativa proposta porque a concessionária não constrói as marginais entre Porto Belo e Itajaí, o que ajudaria a desafogar o trânsito na BR-101. Os prefeitos da Associação dos Municípios da Foz do Itajaí pedem também que a ANTT cobre essa obra da Arteris.
— O colapso da BR-101 é gerado pela inércia da concessionária. A rodovia está há muito tempo sem investimentos reais, apenas com manutenção, e a empresa sempre quer reequilíbrio na tabela — diz Paulinho.
A Arteris, entretanto, diz que as marginais não constam no contrato de concessão da rodovia.
(NSC Total)
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