Com o dia 1º de abril chegando, nesta sexta, conhecido popularmente como o “dia da mentira”, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina aproveita a data para reforçar sobre os danos que os trotes para o 193 causam ao serviço de emergência.
Aqueles telefonemas falsos, feitos tanto por crianças e adolescentes como por adultos, vão além de uma brincadeira de mau gosto. Essas ligações são crime previsto no Código Penal Brasileiro, com detenção de um a seis meses. No caso de menores de idade, o Estatuto da Criança e do Adolescente define como infração gravíssima e quem a comete deve ser encaminhado à Vara da Infância e da Juventude, com possibilidade de aplicação de medidas socioeducativas.
A intenção dos bombeiros não é apenas falar de punição, mas conscientizar as pessoas. Uma ligação falsa ocupa a linha e pode atrapalhar ou atrasar um atendimento, já que toma tempo dos atendentes, que poderiam estar falando com quem realmente precisa de socorro urgente.
O presidente da coordenadoria das centrais de emergência do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, major Mateus Muniz Corradini, explica que o tempo de atendimento dessas falsas ocorrências pode fazer falta no atendimento de uma situação real:
“Com a experiência, os operadores da Central de Emergência sabem identificar um trote feito em tom de brincadeira. Em situações mais elaboradas, porém, pode acontecer o chamado “efeito dominó”, com deslocamento de viaturas, gasto de tempo e recursos públicos, equipe em risco e vítimas verdadeiras sem atendimento.
Outra situação que o trote pode gerar é o deslocamento de uma equipe de uma cidade vizinha, quando as locais já estão atendendo a ocorrências, deixando aquele município sem efetivo para atendimento.”
Nos primeiros três meses de 2022 foram registrados 4.051 trotes entre as 161.876 chamadas para o 193. O número de ligações falsas aumentou em relação ao primeiro trimestre do ano passado, quando foram registrados 3.540 trotes. As regiões que mais tiveram trotes para os bombeiros no período foram as de Criciúma, Curitibanos, Blumenau, Itajaí e Chapecó.
Durante 2021 inteiro houve o registro de 17.280 ligações falsas. As regiões mais atingidas foram as de Criciúma, Curitibanos, Itajaí, Chapecó e Florianópolis.
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