Santa Catarina completou 100 dias de vacinação contra a Covid-19 nesta quarta-feira (28). Nos últimos sete dias, os municípios aplicaram uma média de 38,4 mil doses diárias em todo o Estado.
Se continuar nesse ritmo, a estimativa é de que toda a população catarinense, que é de pouco mais de 7,2 milhões, seja vacinada até o final do mês de janeiro de 2022.
Contudo, para que a estimativa se concretize ou até que se antecipe, é necessário que o Estado mantenha o ritmo e isso depende de fatores como a quantidade e a frequência de doses encaminhadas pelo Ministério da Saúde a SC.
O ND+ entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde para falar sobre o ritmo da vacinação em SC, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.
Balanço da vacinação
De acordo com o último balanço divulgado pela Dive-SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica), até quarta, Santa Catarina aplicou 1.596.226 doses das 1.831.690 que recebeu do Ministério da Saúde. Restam ainda 235.464 doses em estoque.
Há 1.040.714 de catarinenses vacinadas com a 1ª dose, o que equivale a 14,35% da população do Estado. O total de 555.512 vacinados que receberam a 2ª dose do imunizante, corresponde a 7,66% da população catarinense.
São necessárias duas doses do imunizante para se proteger de um quadro grave da doença. Conforme o Plano Estadual de Imunização, 2.898.763 pessoas fazem parte dos grupos prioritários. Na última terça-feira (27), o Ministério da Saúde passou a incluir grávidas como grupo prioritário para receber a vacina contra a Covid-19 no Brasil.
Santa Catarina vacinou, até o momento, trabalhadores da saúde, idosos que vivem instituições permanentes, pessoas com deficiência que vivem em instituições, indígenas, idosos de 60 anos ou mais, quilombolas, profissionais das forças de segurança, salvamento e forças armadas.Detalhes de vacinação nos atuais grupos prioritários em SC até o dia 28 de abril – Foto: Secom/Reprodução/ND
O Ministério da Saúde orienta que as pessoas fora dos grupos prioritários recebam as doses do imunizante somente após o avanço da campanha de vacinação.
Ritmo melhora, mas é preciso avançar
Para o professor de Saúde Pública da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Fabrício Augusto Menegon, o ritmo de vacinação no Brasil vem melhorando de maneira gradativa, mas ainda está longe do necessário para frear a pandemia da Covid-19.
O mapa da vacinação elaborado pelo consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde indica que 14,52% da população brasileira foi vacinada com 1ª dose da vacina. O número de vacinados com a 2ª dose corresponde a 6,9% da população.
“Em 100 dias de vacinação, muitos países já tinham uma cobertura vacinal maior do que a brasileira. Isso é fruto de uma gestão que não soube priorizar a aquisição de vacinas ou se programar com antecedência, assim como outros países.”, diz o especialista.
Conforme Menegon, a campanha de vacinação contra a Covid-19 pode obter melhores resultados acelerando o processo de produção interna de imunizantes pelo Instituto Butantan e Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
Além disso, o professor avalia que, passados 100 dias do início da vacinação, o Ministério da Saúde já sabe quais barreiras existem no andamento da vacinação e pode passar a combatê-las para dar mais celeridade ao processo.
Mesmo com o atual cenário, o professor de Saúde Pública destaca que a campanha de vacinação já colhe alguns frutos, como a queda na taxa de hospitalização de idosos. A aceleração na campanha de vacinação tende a dar ainda mais suporte ao controle da pandemia.
“Assim que outros grupos também forem vacinados, a tendência é de que as taxas de internações caiam, assim como as taxas de ocupação dos leitos de UTI. Vamos ter também a frenagem da curva de contágio da doença.”, prevê.
Novas remessas de vacina
Nesta quinta-feira (29), Santa Catarina se prepara para receber 218.500 novas doses da vacina contra a Covid-19. Deste total, são 214.500 produzidas pela Fiocruz e outras 4 mil pelo Instituto Butantan.
Das mais de 214 mil doses da vacina AstraZeneca, o Ministério da Saúde aconselha que sejam destinadas 172.370 para aplicar a primeira dose em idosos entre 60 a 64 anos.
Assim como outras 19.445 em trabalhadores da saúde e 1.221 em profissionais das forças de segurança, salvamento e forças armadas. A expectativa é vacinar 193.036 catarinenses.
Já as 4 mil imunizantes da Coronavac, produzidas pelo Instituto Butatan, a orientação é aplicar a primeira dose em 3.558 idosos entre 60 a 64 anos.
Além disso, está prevista para a próxima segunda-feira (3), a chegada em Santa Catarina da primeira remessa com 17.550 doses da vacina do laboratório Pfizer. O lote será distribuído aos municípios de Florianópolis e São José. Serão 10.530 doses para a Capital e 7.020 para São José.
Fonte: ND+
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