“Na hora que montou a caixaria, os ferros ficaram muito próximos. Eles tiraram a caixaria e só passaram reboco. Não tem concreto”. Assim descreve Luiz Eduardo Machado, Superintendente da Defesa Civil de Florianópolis, sobre o pilar do prédio da Beira-mar Norte que foi interditado na última segunda-feira (15).
Machado se refere ao trabalho feito na época que o edifício foi levantado. “É um erro de execução, lá da construção”, explica.
Por volta das 16h, moradores evacuaram às pressas o Edifício Morada do Norte, na esquina da Travessa Abílio de Oliveira com a Avenida Jornalista Rubens de Arruda Ramos — área nobre da capital catarinense. Construído há 42 anos, o prédio tem 12 andares e seu colapso ocorreu em uma viga e em um pilar que, justamente, atravessa as edificações de cima a baixo.
Dos 25 apartamentos, 23 eram ocupados. Estima-se, por cálculo da Defesa Civil, baseado em diretrizes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que cerca de 64 pessoas habitassem o edifício.
Segundo uma moradora do sexto andar, que não quis ser identificada, foi possível sentir “um tremor” quando a estrutura cedeu. O pilar, conforme descreve o Superintendente Machado, “não cumpre mais a sua função”.
“Toda parte de armadura de uma edificação deve ser envolta em concreto. Isso não existe. Os ferros flexionaram e não há concreto. Foi só maquiado com reboco” — Luiz Eduardo Machado, Superintendente da Defesa Civil de Florianópolis
Risco de desabamento do prédio
A Defesa Civil municipal, interditou completamente o prédio no início da noite de segunda (15). Inicialmente, não houve interdição de outros prédios no entorno, mas, de acordo com Machado, o risco do desmoronamento é real.
“Temos um pilar que praticamente está completamente comprometido e há um risco de desabamento iminente”, cravou.
Antes mesmo do colapso, o problema já havia sido identificado pelos moradores. O erro teria ocorrido na construção do edifício e, justamente por isso, o prédio já passava por reparos.
Medidas de contingência
Na noite de segunda-feira, o engenheiro responsável pela reforma do condomínio compareceu ao local para ajudar na avaliação da estrutura, junto aos bombeiros militares e à Defesa Civil. A tarefa era elaborar um “processo de escoramento” do prédio— nome dado à contenção emergencial feita para evitar o desabamento de uma estrutura.
“Ele vai nos apresentar um plano de trabalho emergencial, do plano emergencial de escoramento. A partir do momento que o plano de escoramento está pronto, ele vai expedir um outro documento de estabilidade temporária. E aí a gente avalia e pode liberar para o uso regular”, completou Machado.
(ND Mais)
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